sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tesouros, "quem procura acha".

Oi. Adivinha?! Hoje tenho uma coisa para contar, ou melhor, escrever. E se você conseguir descobrir antes de eu contar ganha um presente: um livro virtual. Tá bom, como é comum nos jogos de adivinhações, darei três dicas: o escrito que se segue é sobre três publicações, são frutos dela, são obras veterenas com gostinho de novidades. E aí, desvendou?

É isso mesmo. O escrito é sobre Clarice Lispector (quase que óbvio) e três exemplares da sua coleção de livros infantis lançados entre 1967 a 1987, exatos 20 anos, sendo dois livros da coleção publicados após sua morte. Foi uma experiência incomum encontrá-los e mais incomum ainda a situação que me vi diante deles, dela.

Descobri essa faceta de Clarice quando li que ela escreveu livros infantis para os seus filhos, contudo nunca havia lido nenhum deles. Talvez seja por isso que de uma só vez devorei os três exemplares encontrados. E sabe o que achei? Pela primeira vez não consigo descrever, por em palavras a sensação obtida. O silêncio me consumiu como uma menina que encontra o tesouro pedido para cada estrela cadente descida do céu.

Não sabendo escrever meus sentimentos trato, somente, de relatar o contato com Clarice-mãe, de fazer-te aproximar se dela, de sentir suas palavras, de conhecer a diva por uma via pouco vivida.

Diz o ditado: "Quem procura acha". Assim, motivada pela amiga Paula Laranjeira, costureira dos blogs http://pesponteando.blogspot.com/ e http://aleilton.blogspot.com/, fui em busca de edições virtuais da coletânea clariciana. Encontrei muitos. Poucos para mim. Porém, são meus tesouros. Afinal, foram "descobertos" após uma procura árdua e emocionante. A mulher que matou os peixes, A vida íntima de Laura e Quase de Verdade, três títulos, histórias inusitadas, fantasias próximas do real, diálogos com o leitor mirim e os que voltam à infância numa linguagem ingênua, maternal, naturalíssima. Três delícias infantis para todo e qualquer adulto retornar às "meninices", de se emocionar com recordações, de ter vontade de ser criança eternamente.

As três histórias são narrativas sobre animais, carregam verossimilhança especial nos cenários e personagens. Inclusive em A mulher que matou os peixes, a narradora diz que não gosta de mentiras, portanto a história contada é real. Fato triste para nós, "adultos" amadurecidos intelectualmente e "literariamente", pois sabemos dos recursos ficcionais dispostos no texto literário que a criança ainda não conhece. Daí a vontade de continuar sendo criança para não perceber esse infortúnio.

Bem, a sua curiosidade já deve estar te corroendo. Mas, calma. Chegou a hora. Apresentarei as obras que li.

A mulher que matou os peixes conta a história de uma mulher que matou dois peixinhos sem querer. O motivo é revelado no final do livro e, antes disso, a mulher esclarece o seu amor pelos animais, seu álibi para o acidente ocorrido com os peixes. Durante essa explicação redentora nos deparamos com os casos de amor entre a mulher e tantos animais desde os naturais, as lagartixas e baratas, até os comprados, convidados para entrar na casa, os cães e os peixinhos. Sem contar que as histórias relatadas são bastante verossímeis.

Quase de verdade é mais fantasiosa, porque o narrador da história é um cachorro, o de estimação de Clarice. Segundo ele, os seus latidos são compreendidos e decifrados em palavras pela escritora que trata de escrevê-los à máquina. Ele narra sobre um fato ocorrido no quintal da vizinha: a fatalidade gerada pela união da inveja com as más companhias. E sabe por quem a história é vivida? Por galinhas, uma árvore frutífera e nuvens boas e ruins.

A vida íntima de Laura não foge à regra de ser sobre animais. Não direi a respeito de qual animal tratará a narradora, mas antecipo com uma pista: é um bicho bem presente na vida literária de Clarice Lispector, sendo tema de muitos contos juntamente com seus "filhos". Neste livrinho, bem gostoso, temos a oportunidade de sentir a preocupação de Clarice-mãe em despertar nas crianças o interesse primordial pelos talentos, apesar do defeitos apresentados na constituição de cada um de nós.

Então, gostou das historinhas? Deu para sentir a presença dela e dos seus sábios conselhos implicitos nas narrativas? Por acaso, desejas ler alguma delas?

Se a sua resposta foi SIM para estas perguntinhas e você conseguiu adivinhar desde o início o conteúdo deste post, te presenteio com um destes livrinhos. Não significa que foi o que mais gostei, ele foi o primeiro, aquele motivo para continuar lendo Clarice Lispector na sua aventura pelo universo infantil.

O livrinho está aqui: A mulher que matou os peixes. Agora, deguste-o!


O quê? Você quer os outros livrinhos também, mas assim de mão beijada? NÃO! Eu fui em busca, achei. Vá você também, ora!

Abraços apertados e beijos doces como de uma criança FELIZ!!!!






3 comentários:

Teobaldo Neto disse...

A doçura com se expressa é tão aconchegante como um abraço, mas não um abraço cotidiano, repetido e estragado pela repetição, e sim um desses que temos a sensação de tê-lo esperado por toda a vida. Sinto falta dessa meiguisse pessoalmente. Beijo Lindy e muitaaaaa saudade.

Lindy Cardoso disse...

Poeta, assim me fazes chorar. Obrigada! Bjão

Derland, agradeço o elogio. Escrevo com muito amor e cuidado meus textos, faça assim com os seus. Em primeiro lugar, amor pelo que faz.

Paula: pesponteando disse...

Eu sou suspeita para falar...adoro tudo q vc escreve!

Agora vou ler essas delicias q vc indicou...bjs

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